RESUMO Introdução: A performance no futebol depende de vários fatores, entre eles, conhecimento das alterações fisiológicas ocorridas durante o jogo. Objetivo: Identificar as alterações hematológicas, imunológicas, enzimáticas, hormonais e inflamatórias decorrentes do aumento de suas concentrações plasmáticas após um jogo de futebol. Métodos: A amostra foi constituída por 42 atletas do sexo masculino, com média de idade de 25,7 ± 4,6 anos, todos profissionais da modalidade futebol. Todos os atletas participaram de, no mínimo, 90 minutos de um jogo oficial. Foram realizadas análise sanguíneas 2 horas antes do jogo, após o jogo, e ainda, em 24, 48 e 72 horas. Foram analisadas as alterações nos biomarcadores hematológicos, imunológicos, enzimáticos (creatina quinase total - CKt, lactato desidrogenase - LDH, aspartato aminotransferase - AST), cortisol, testosterona e proteína C-reativa (PCR). Resultados: Foram verificadas alterações dos níveis de eritrócitos, Hb e Hct, no entanto, clinicamente irrelevantes e sem significado fisiológico. O número de leucócitos, neutrófilos, monócitos, eosinófilos e linfócitos apresentaram alterações significativas (p < 0,05). Foram verificados picos de elevação após os jogos para a LDH e PCR e depois de 24 horas para a CKt e AST (p < 0,05). As concentrações de cortisol aumentaram de forma significativa após os jogos enquanto os níveis de testosterona diminuíram; no período de 24 horas os padrões se reverteram (p < 0,05). Conclusão: O jogo de futebol não altera de forma aguda os parâmetros hematológicos. A função imunológica apresenta leucocitose acentuada com expressão simultânea de neutrofilia e linfopenia. O jogo de futebol é suficientemente agressivo para induzir danos musculares, gera um estado catabólico, e ainda, aumenta as reações inflamatórias.