Objetivos: Traduzir e adaptar para uso no Brasil a escala de avaliação de empatia clínica Consultation and Relational Empathy (CARE). Fornecer resultados preliminares de validação concorrente dessa escala. Métodos: A escala em inglês foi traduzida e adaptada seguindo metodologia recomendada. Vinte pacientes atendidos em ambulatório de pneumologia em hospital público ligado ao Sistema Único de Saúde foram entrevistados quanto ao grau de compreensão da versão final do instrumento. Em uma segunda fase, doze pacientes do mesmo ambulatório responderam a versão brasileira da escala CARE e a Escala de Percepção de Empatia Pelo Paciente (EPEP), logo após término de consulta de rotina. Os médicos responsáveis pelo atendimento desses pacientes também foram convidados, após a consulta, a responder questionário contendo a versão brasileira do Interpersonal Reactivity Index (IRI) e o Inventário de Empatia (IE). Resultados: Dezenove dos 20 pacientes referiram grau elevado de compreensão dos itens da versão brasileira da escala CARE. O escore mediano da escala CARE para outros 12 voluntários foi 44,5 (20-63). O coeficiente alfa de Cronbach para as respostas dos últimos foi 0,867. Os escores CARE correlacionaram-se de maneira significante com os escores EPEP (r=0,699; p=0,01) e com o subitem altruísmo do IE (r=0,744, p=0,01). A escala CARE não mostrou correlações significantes com os escores globais das medidas de empatia IRI e IE informados pelos médicos. Conclusão: A versão brasileira da escala CARE é de fácil compreensão e exibe evidências aceitáveis de validade concorrente e consistência interna. Medidas de empatia referidas pelos médicos tendem a não se correlacionar com as percepções dos pacientes.