O objetivo deste ensaio conceitual é discutir o Slow Food como um consumo alimentar alternativo. O Slow Food foi apresentado ao longo dos anos sob diferentes abordagens e conotações. Consideramos que as dificuldades de interpretação do Slow Food como objeto de pesquisa no campo do consumo podem ser superadas por meio deste ensaio. Propomos que o Slow Food é um fenômeno de múltiplas abordagens e um consumo alimentar alternativo que também se relaciona com aspectos relacionais, sensoriais, temporais, sustentáveis, culturais e políticos. Além disso, são ampliadas as definições dos princípios do Slow Food e mapeados os atributos de seus produtos como consumo alimentar. Dentro dessa proposta, o Slow Food envolve preocupações com a aquisição, preparo e consumo de alimentos, com o meio ambiente e os diversos atores envolvidos na busca de uma alimentação boa, limpa e justa, ou seja, princípios oficiais do movimento. Os atributos dos produtos do Slow Food podem ser resumidos em alimentos saudáveis, nutritivos, naturais, frescos, sazonais, regionais, ecologicamente corretos e socialmente justos, produzidos por pequenos produtores locais, para os quais é importante reduzir os danos ao meio ambiente, evitando e condenando o uso de métodos de produção que empobrecem ou poluem a terra e os recursos hídricos. Esses produtores, por sua vez, são valorizados e remunerados de forma justa.