RESUMOOs movimentos migratórios contemporâneos apresentam maior complexidade que no passado, em consequência da diversidade crescente de fluxos, destinos, intensidades, temporalidades e impactos a diferentes níveis. Assistimos à acelerada internacionalização da educação e do trabalho, mas também, no contexto da globalização e da sociedade de informação e do conhecimento, à procura crescente de pessoal altamente qualificado em determinados setores. Podemos identificar novas tendências nos fluxos migratórios, nomeadamente ao nível do acréscimo da migração juvenil, qualificada e feminina, aumento da mobilidade no espaço europeu e procura de destinos fora da Europa, fenómeno ampliado pelo ciclo económico recessivo, facilidade de circulação internacional, exigência de maiores competências, políticas migratórias e de cooperação entre países de origem e de destino. Esta mobilidade tem-se acentuado, por iniciativa individual ou do empregador, com o aumento do desemprego e da oferta de jovens diplomados, a procura de maior formação e desenvolvimento internacional da carreira, novas experiências e desafios profissionais e o aumento do trabalho feminino na economia global e em setores específicos, como o da educação e da saúde. Procuraremos analisar as migrações internacionais qualificadas e empreendedoras, de homens e mulheres, de jovens, tendência à escala global, mas também em Portugal, particularidades, desafios, oportunidades e impactos deste fenómeno no conhecimento, mercado de trabalho, desenvolvimento e transferência de competências, nas dinâmicas de empreendedorismo e inovação em contexto de crise económica. A internacionalização económica, científica e cultural exige a gestão de competências e da interculturalidade, face ao aumento da mobilidade humana, e novos paradigmas das migrações apelam à cooperação e ao fortalecimento do codesenvolvimento entre países de imigração e de emigração.