“…De acordo com Sandoval (2005), no que se refere às principais áreas de iniciativas políticas do governo -reforma da previdência, Projeto Fome Zero, reforma agrária -, observa-se uma dupla face: uma face progressista e uma face tradicional. No que tange, por exemplo, a atitude relativa à reforma agrária, questão enfatizada pelos entrevistados do MST, segundo Sandoval (2005), por um lado, inicialmente, Lula nomeou um apoiador do MST para presidente do INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), a fim de facilitar negociações entre o MST e o governo, o que apontaria para a face progressista em relação a essa política. Por outro lado, diante da pressão de partidos políticos conservadores, foi obrigado a adaptar-se ao ambiente político, nomeando outro presidente, em substituição àquele, menos identificado com as táticas e estratégias do MST.…”