Este artigo retoma a análise das dificuldades que as tentativas de democratização da educação conduzidas pelas organizações internacionais, desde o fim da Segunda Guerra Mundial, vêm enfrentando. Trata-se de uma crise do próprio projeto político (a democratização seria uma utopia que não resiste à prova da realidade) ou de uma crise dos dispositivos sobre os quais a implementação do projeto (colégio único,¹ ampliação do tempo de estudo etc.) se apoiou? Esta análise salienta uma recomposição paralela das formas da justiça e do Estado. As concepções de justiça diversificaram-se e a igualdade não passa de uma definição entre outras. Outras referências surgiram: a obrigação de resultados, o reconhecimento das diferenças, etc. A tese principal é a de que não há recuo do Estado perante o mercado, mas mudança de forma do Estado: a passagem de um Estado de bem-estar, que prometia chances iguais, a um Estado gerencial, garantia da obrigação de resultados. No seu fim, este artigo tenta ressaltar algumas pistas para uma retomada das políticas de partilha dos benefícios dentro do campo da educação.