A lesão causada por projéteis de armas de fogo é influenciada por uma série de fatores em que o projétil e a sua interação com o tecido alvejado irão determinar as características e a severidade do traumatismo balístico. O objetivo deste estudo foi analisar o poder de penetração de diferentes projéteis de armas de fogo na região do gradil costal de javalis provenientes da região noroeste do estado de São Paulo. Foram utilizadas pistolas calibre .22 LR, .380 ACP, 9mm Parabellum, .40 S&W, .45 ACP, revólver cal. .38 SPL, carabina PUMA .357 Magnum, espingarda cal. 32 Gauge, 12 Gauge e fuzil T4 calibre 5.56X45mm. Os tiros foram efetuados contra alvos compostos por peças anatômicas da região do gradil costal de javalis posicionados a 20 metros de distância da linha de tiro, sendo aferida a penetração de cada projétil recuperado em argila balística. Foi constatado que todas as munições utilizadas transfixaram a peça anatômica, entretanto, apenas as munições/projéteis utilizados na pistola .40S&W tipo ETPP, carabina PUMA .357 Magnum e nas espingardas calibre 32 e 12 Gauge foram capazes de atravessar a peça anatômica e penetrar na argila balística desenvolvendo uma cavidade superior a 30cm de profundidade na média. Por meio deste estudo pode-se concluir que para o abate de alguns exemplares de javalis endêmicos da região noroeste do estado de São Paulo é mandatório a utilização de armas/ munições com energia igual ou superior aos 1384 Joule do calibre .357 Magnum para as carabinas/fuzil e igual ou superior aos 1013 Joule do calibre 32 Gauge (com munição específica tipo balote) para tiros em alvos a 20 metros ou mais, promovendo um abate mais efetivo/ humanizado para o animal e garantindo a segurança do controlador.