RESUMO: Objetivo: O objetivo do presente estudo é comparar o estresse cirúrgico por meio de dosagens hormonais (ACTH e cortisol) e de citocinas (IL-4, IL-10, TNF-a, e IFN-g), em pacientes que foram submetidos somente à operação da transição esofagogástrica com aqueles submetidos à operação da transição esofagogástrica associada à colecistectomia. Método: Foram estudados 31 pacientes , sendo 19 submetidos à operação da transição esofagogástrica e 12, que apresentavam associação de colelitíase, foram submetidos à colecistectomia e à operação da transição esofagogástrica. A coleta do sangue foi realizada no pré operatório e às 24, 48 e 72 horas no período pós-operatório. Foram realizadas as dosagens de hormônios (ACTH e cortisol) e citocinas (IL-4, IL-10, TNF-a e IFN-g). As variáveis contínuas foram submetidas a teste de normalidade. Foram aplicados testes não paramétricos Mann-Whitney, com significância estabelecida a p<0,05. Resultados: Quanto ao ACTH, os valores foram maiores no grupo 1, às 24 e 48 horas. Na análise do cortisol, TNF-a, IFN-g, IL-4 e IL-10, verificou-se que os valores foram maiores no grupo 2, às 24 e 48 horas. Não se verificou diferença estatisticamente significativa entre os grupos em quaisquer dos tempos de análise. Conclusão: Com base neste material, pode-se inferir que associar a colecistectomia à operação da transição esofagogástrica não aumenta o stresse cirúrgico, mensurado pelo ACTH, cortisol e citocinas (TNF-a, INF-g, IL-4 e IL-10) (Rev. Col. Bras. Cir. 2006; 33(3): 151-155
INTRODUÇÃOA colelitíase acomete de 8 a 20 % da população mundial, sendo que 66 a 77% destes são assintomáticos 1,2 . Têm-se demonstrado a alta freqüência da associação entre colelitíase e portadores da doença do refluxo gastroesofágico (30%) 3,4 . Alguns autores referem que os sintomas clínicos, os achados phmétricos e manométricos que denotam o refluxo ácido gastroesofágico são mais freqüentes após a colecistectomia 4,5 . Acredita-se que uma vez indicado o procedimento cirúrgico, a combinação da operação da transição esofagogástrica e a colecistectomia é o tratamento operatório mais apropriado, pois evita o prolongamento do tempo de internação e complicações pós operatórias 4,6 . Com o advento da cirurgia videolaparoscópica, a indicação do tratamento operatório dessas afecções, isoladas ou associadas, tem se difundido amplamente. Diversos estudos têm demonstrado que a abordagem laparoscópica dessas afecções apresentam vantagens, tais como: diminuição da dor pós operatória; menores complicações infecciosas; menor disfunção pulmonar; menor tempo de internação e, quando analisadas do ponto de vista do estresse cirúrgico, menor trauma medido pelos hormônios do estresse (ACTH e cortisol) 3,7,[8][9][10] . Contudo, a resposta humoral não contempla totalmente todas as alterações presentes no pós-trauma, particularmente no sistema imunológico. Diversas citocinas e metabólitos do ácido araquidônico, têm sido considerados como mediadores adicionais dessa resposta e a liberação dessas citocinas, geralmente, sucede a reação ho...