A fabricação digital está cada vez mais presente na vida contemporânea e vem se popularizando, tendo em vista a crescente abertura de FABLABs, os laboratórios de fabricação. Alguns, inclusive, com foco no público infantil, com cursos envolvendo programação e robótica, como o OLABI Makerspace, no Rio de Janeiro, que vem formando uma nova geração de makers. O maquinário já não é de uso exclusivo da indústria, estando presente nesses laboratórios, que visam democratizar o acesso às novas tecnologias de fabricação, e pode até mesmo ser adquirido em livrarias de uma grande rede brasileira, como a impressora 3D Cube.A sociedade independente vem ganhando expressão, se beneficiando da crescente disponibilidade de softwares e hardwares livres, a tecnologia de fonte aberta. Desde o advento da internet em 1991, com intuito de facilitar o compartilhamento de dados e o trabalho colaborativo, a quantidade de informações disponíveis na rede só aumenta. É possível encontrar tutoriais dos mais diversos, compartilhando conhecimentos e até projetos para construção, desde móveis, casas inteiras às máquinas industriais necessárias para a construção da vida contemporânea, como as desenvolvidas pelo grupo Open Source Ecology. O conhecimento está cada vez mais acessível através desses projetos abertos, disponíveis gratuitamente na rede. Se a tirania da informação e do dinheiro são atribuídas por Milton Santos (2000) como os pilares da desigualdade social da globalização atual, é a tecnologia open source que vem democratizar o acesso à informação e às ferramentas para a construção de uma nova globalização.Enquanto a sociedade se encontra em meio a um ensaio de um futuro próximo, os Laboratórios mais avançados do mundo prototipam possibilidades de aplicação das novas tecnologias de fabricação, experimentando esse futuro na prática. O pioneiro no uso de robôs na arquitetura ETH Zurich apresentou, em 2006, The Programmed Wall, a primeira parede de tijolos criada através de algoritmos e construída por um robô na história das civilizações. Em 2012, o projeto In Situ Robotic Fabrication ensaiou o uso de braços robóticos no canteiro de obras, com capacidades adaptativas para se localizar no espaço e aos demais objetos, se adaptar a variações e imprecisões de material e interagir com o homem (Gramazio e Kohler, 2014). Outro projeto intitulado Minibuilders, desenvolvido no IAAC, aplica robótica e processos aditivos de impressão 3D à construção arquitetônica, buscando atualizar a prática construtiva em relação às novas tecnologias já muito desenvolvida em outras áreas da indústria (Nan, 2015). É no meio acadêmico, através do ensino e da pesquisa de novas práticas projetuais, que se encontra o estímulo para uma futura atualização da indústria e das práticas da construção civil, ainda muito precárias no Brasil.O