BARROS, F.C. et al. Promoção da amamentação em localidade urbana da região sul do Brasil: estudo de intervenção randomizado. Rev. Saúde Publica, 28: 277-83, 1994. Foi realizado em Pelotas, RS, Brasil, estudo de intervenção randomizado, para a promoção do aleitamento materno. Grupo de 450 mães e lactentes foram visitados em casa aos 5, 10 e 20 dias após o nascimento, e comparados com um grupo-controle do mesmo número. Noventa e dois por cento das famílias no grupo de intervenção receberam as três visitas planejadas. A avaliação do padrão de aleitamento materno e causas de desmame aconteceu seis meses depois do nascimento para ambos os grupos. Noventa e quatro por cento do grupo de intervenção e noventa e dois por cento do grupo-controle foram encontrados na visita de avaliação. A intervenção aumentou a duração do aleitamento (mediana de 120 dias no grupo de intervenção, contra 105 dias no grupo-controle; p=0,03) e retardou a introdução do leite artificial (mediana de idade de 90 dias no grupo de intervenção e 60 dias no grupo-controle; p=0,01). As causas de desmame foram classificadas como subjacentes, intermediárias, e imediatas. A causa subjacente mais comum foi "o bebê chora muito", sugerindo que as mães devem ser instruídas a respeito dos padrões normais de comportamento do lactente nas primeiras semanas de vida, em particular da necessidade que a criança tem de chorar e o fato de que isto, não necessariamente, significa fome.Descritores: Aleitamento materno. Promoção da saúde, métodos. Estudos de intervenção.
IntroduçãoO aleitamento materno tem forte papel protetor contra a morbidade e mortalidade infantil devido a sua influência em um grande número de doenças principalmente as infecciosas 10,19 . Portanto, o aleitamento materno é essencial para a sobrevivência de crianças pobres em países pouco desenvolvidos, que estão em risco constante de adoecerem devido a complexa associação de má nutrição, falta de saneamento, infecções freqüentes e falta de alimentação nutritiva.Em Pelotas (Estado do Rio Grande do Sul, Brasil, pop. 300.000) a situação em relação à alimentação e saúde é causa de preocupação. . As mortes infantis nesse grupo da população ocorreram muito precocemente, 90% delas nos primeiros 6 meses de vida. Além disso, 30% da mortalidade foi causada por doenças infecciosas preveníveis 5 . A duração do aleitamento materno nessa população é muito baixa (mediana de 3,3 meses), sendo mais baixa entre famílias de baixa renda (3,1 meses) do que entre as famílias mais abastadas (4,4 meses) 4 . Além disso, o aleitamento materno exclusivo é bastante raro devido à introdução precoce de chás nos primeiros dias de vida do bebê, por quase a totalidade das mães. Esta situação também é preocupante porque a alimentação do lactente com leite materno e chás e/ou água pode aumentar o risco de doença diarréica 9,21 . Com o objetivo de melhorar os padrões de aleitamento materno entre lactentes de baixa renda foi realizado estudo de intervenção randomizado, através de visitas domiciliares, promovidas após o