“…Levados em consideração ou não, na hora da escolha do parceiro, comportamentos e aspectos físicos aparecem nos resultados e, mais especificamente, "O corpo" é destaque na classe 3, que possui a maior parte dos ST, 257 ao todo, o que representa uma parcela de 26,2% do total, na qual são abordadas as representações sociais sobre a sexualidade, a partir de sentimentos ("desejo", "conflito", "prazer" e "vergonha") e comportamentos ("conhecer", "ver" e "mostrar") relacionados ao "corpo" com "deficiência" e sua repercussão na vivência sexual. Inicialmente, a deficiência é citada como uma "questão", uma característica de diferença, como se apresenta no trecho: Na fala da participante percebe-se o corpo com deficiência visto de uma perspectiva de diferença, como abordado no estudo de Agmon et al (2016), no qual esse corpo foi apresentado como incapaz, dependente, assexuado, vulnerável e privado de seus papéis de gênero e que, sendo assim, a construção da autoimagem corporal estaria como um reflexo da constatação de tal diferença pelo sujeito e em seus sentimentos, como a vergonha, as preocupações em relação à própria estética corporal e à atratividade, a questões como a legitimidade de papéis de gênero e as atitudes sociais negativas (Jones B. et al, 2015). No entanto, a seguir, a participante apresenta uma fala sobre a reconstrução de suas representações sociais sobre sexualidade associada ao corpo: Beatriz apresenta em sua fala que, diferente do que se encontrou nos resultados dos estudos citados anteriormente (Agmon et al, 2016;Jones et al, 2015), é possível vivenciar a sexualidade a partir de um corpo com deficiência, ou seja, o corpo com deficiência é capaz, é sexuado, não é privado de papéis de gênero, por isso e para isso é necessário a aceitação, o amadurecimento, a busca, a descoberta e o autoconhecimento, contribuindo para a construção da autoimagem corporal positiva entre as pessoas com deficiência, a valorização de sua estética corporal, atratividade e consequentemente a desconstrução de atitudes sociais negativas e a construção de novas representações que veem esse corpo como fonte de prazer e desejo.…”