As pessoas têm a capacidade política de se autogovernarem, ou elas precisam ser governadas pela elite para "o bem comum"? Para o esclarecimento dessa questão, apresento dois conceitos: ágorafobia política e ágorafilia política. Começo, brevemente, explicando a tensão entre duas atitudes para as pessoas: o amor e o medo. Então, defini sistematicamente os argumentos e os contra-argumentos dos dois lados da controvérsia. O debate parece acabar em um impasse retórico, dado que tanto o povo quanto a elite podem ser vistos como irracionais, vulneráveis à demagogia e aos facciosos. Deixo claro, portanto, que a principal intenção não é demonstrar se as pessoas são confiáveis ou não no que diz respeito às suas capacidades políticas. Ao contrário, busco o reconhecimento de que esse debate contém uma luta política fundamental entre o desejo de dominação e o desejo de liberdade igualitária, assim como a disposição de distinguir o significado filosófico das experiências políticas democráticas e populares.