As fraturas de mandíbulas atróficas geralmente ocorrem em indivíduos idosos, nos quais a osteogênese está diminuída, osso cortical é denso e suprimento sanguíneo diminuído. É consenso na literatura que o tratamento das fraturas de mandíbula atrófica permanece como um grande desafio para a traumatologia maxilofacial, tendo em vista a baixa disponibilidade de osso e as características morfológicas e biomecânicas de uma mandíbula desdentada. Este trabalho tem como objetivo relatar um caso de tratamento cirúrgico de fratura bilateral de mandíbula atrófica. O paciente do gênero masculino, 61 anos de idade, compareceu ao serviço de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial, após ter sido vítima de acidente motociclístico, sem o uso dos materiais de proteção individual, evoluindo com fratura bilateral de mandíbula. Ao exame físico, o paciente apresentava diástase em área de corpo mandibular bilateral e no exame intraoral foi observado equimose na região de assoalho bucal. O tratamento consistiu em uma abordagem cirúrgica extraoral, sob anestesia geral, acesso transcervical, redução e osteossíntese dos cotos fraturados com uma placa do sistema 2.4mm locking em cada uma das fraturas. A terapia proporcionou ao paciente retomada de suas funções de mastigação com ganho em qualidade de vida. Conclui-se que as fraturas de mandíbulas atróficas são pouco comuns, mas com o aumento da população idosa nos próximos anos, espera-se que sua incidência aumente e é imprescindível ao cirurgião bucomaxilofacial conhecer e saber as possibilidades de tratamento disponíveis.