INTRODUÇÃOA obesidade é distúrbio de origem multifatorial complexa que congrega aspectos de ordem psicológica, social, biológica e requer abordagem multidisciplinar para compreensão, diagnóstico e tratamento adequados. É considerada fator de risco para a compulsão alimentar, de modo que a dinâmica emocional do obeso contribuiria para desencadear o ato compulsivo 9 .Diversos estudos demonstram a associação entre obesidade e compulsão alimentar, apresentando alta incidência na população que busca tratamento para redução de peso 6,7,13,18,19,24 . Grande parte destes pacientes apresenta episódios recorrentes de comer compulsivo, sem os comportamentos compensatórios característicos da bulimia nervosa. O besidade e compulsão alimentar podem ter relação causal na qual o comportamento compulsivo é o agente causador ou facilitador da obesidade, assim como a gravidade da compulsão também parece estar relacionada com o grau de obesidade.Estudos epidemiológicos demonstram compulsão alimentar em 15% a 50% dos pacientes que buscam tratamento para emagrecer, com tendência 1,5 maior para as mulheres 1 . No Brasil entre os portadores de obesidade que realizam a cirurgia bariátrica a prevalência é de 27% a 47%, porém esta dimensão pode variar, em parte, devido às dificuldades diagnósticas 1,22 .Os pacientes que apresentam compulsão alimentar têm maior frequência de recaídas após o tratamento para a perda de peso, maior comorbidades como depressão, abuso de álcool e drogas, transtornos de personalidade e insatisfação com a imagem corporal quando comparados com obesos-controle.Na cirurgia bariátrica, em que existe redução do estômago, cria-se um componente restritivo no qual a quantidade de alimentos ingerida é intensamente diminuída, levando a perda de peso duradoura. A limitação imposta pela operação pode representar grande risco aos pacientes compulsivos, tornando-se difícil a adaptação à nova