RESUMOO estresse é um fator de risco para desenvolvimento de doenças cardiovasculares em seres humanos e diversos estudos têm mostrado que a obesidade induz a uma resposta cardíaca exacerbada a exposição ao estresse. Em adição, o consumo elevado de frutose na atual sociedade, tem se mostrado um fator predisponente ao surgimento da síndrome metabólica, que por sua vez, oferece prejuízos a saúde do coração. Neste contexto, o objetivo deste estudo foi avaliar a capacidade de resposta cardiovascular ao estresse agudo de contenção e outras alterações fisiológicas em uma dieta rica em frutose (CEUA-UFAL 19/ 2015). Para isso, ratos wistar machos (7 semanas de idade) foram submetidos a 10 semanas de dieta rica em frutose (FF) ou água potável (grupo controle -CTL). Foram avaliados: a pressão arterial média (PAM), a frequência cardíaca (FC), a sensibilidade do controle barorreflexo da frequência cardíaca (BRS), a resposta cardiovascular ao estresse agudo de contenção, e o tônus simpático vascular por bloqueio farmacológico (prazosina, 0,1 mg/ kg i.v). Os resultados foram analisados quanto à normalidade e variabilidade da amostragem. Diferenças entre os grupos foram analisadas utilizando o teste t Student (p<0.05). Os ratos FF mostraram um aumento significativo na PAM (FF=129,71 ± 2,0 vs CTL=117,14 ± 1,5 mmHg), e uma tendência ao aumento da FC (FF = 309,86 ± 7,1 vs CTL = 287,29 ± 8,7 bpm; p=0.067) comparado ao CTL. Como esperado, o grupo FF mostrou um prejuízo no BRS (FF = 1.11 ± 0.08 vs CTL=1.62 ± 0.08 ms/mmHg). No que se refere à resposta cardiovascular ao estresse, o grupo FF mostrou uma resposta cardiovascular exacerbada, apresentando maiores variações de PAM (FF = 37,5 ± 4,2 vs CTL = 29,0 ± 3,6 mmHg) e de FC (FF = 150,3 ± 19,5 vs CTL = 79,8 ± 20 bpm) durante e logo após o estresse. Não houve diferença quanto ao tônus simpático vascular (p> 0,05). Conclui-se que a suplementação alimentar crônica rica em frutose, além de promover aumento PAM e FC de repouso, e reduzir a sensibilidade do controle barorreflexo da FC, também contribui para uma resposta cardiovascular exacerbada ao estresse emocional moderado, conferindo a este um potencial fator de risco adicional ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares. (FAPEAL).
Palavras-chave:Estresse; Síndrome Metabólica; Sistema Nervoso Autônomo.
INTRODUÇÃOA síndrome metabólica (SMet) é um conjunto de fatores de risco, tais como resistência à insulina, hiperinsulinemia, hipertrigliceridemia, arteriosclerose e hipertensão arterial, que contribuem para aumentar as chances de doenças cardiovasculares, diabetes mellitus tipo 2 e doenças renais (ABDULLA, 2011).Estudos realizados em humanos e em roedores indicam que o aumento da ingestão em longo prazo de frutose pode estar relacionada com o aparecimento de diferentes alterações cardiovasculares e metabólicas relacionadas à SMet. Esse aumento mundial na ingestão de frutose se deve principalmente a sua maior utilização na indústria alimentícia como xarope de