Inferir e argumentar são processos cognitivos e lingüísticos da maior relevância. Apesar de distintos, o inferir e o argumentar apresentam pontos de convergência que indicam haver uma relação entre essas instâncias. Sem incorrer em aproximações conceitualmente desautorizadas e preservando as especificidades de cada um desses processos, o presente artigo procurou indicar alguns pontos de contato entre o inferir e o argumentar. Esses pontos, mais do que elementos discretos e independentes, se caracterizam por um conjunto de elementos contínuos e interdependentes que se complementam mutuamente, sendo eles: o envolvimento de premissas e conclusões, a natureza situacional, a natureza dialógica, e a previsão. O principal objetivo do artigo foi conduzir uma reflexão que interessa a estudiosos do campo da argumentação e da compreensão de textos, em particular, e a estudiosos da cognição humana, de maneira geral.