O presente artigo realiza uma análise histórico-cultural da presença do movimento acrobático nas manifestações culturais dançadas. Movendo-se por diferentes culturas e estilos, a pesquisa estabelece as variadas relações da técnica acrobática com o corpo que dança. A análise perpassa pelos rituais de caça primitivos, danças antigas egípcias, gregas, cretenses, romanas, feudais, dança extática balinesa sang hyang dedari, dança das armas do imperador chinês Huang Ti, dança clássica, music hall, dança-teatro, contato-improvisação, dança vertical, bailes de salão, rock’n’roll acrobático, danças folclóricas, hip-hop, capoeira e teatro musical. O estudo, embasado através de perspectivas históricas e antropológicas associadas a conceitos da Antropologia Teatral do diretor italiano Eugenio Barba (1936-), das técnicas do corpo do antropólogo francês Marcel Mauss (1872-1950) e da Etnocenologia, pressupõe como a Acrobacia é presente em performances artísticas e culturais que, ao colocar o homem em um contexto imaginário por meio de rupturas perceptivas e corporais que desafiam as leis gravitacionais conjuntamente com uma expansão de qualidades físicas e motoras. Através dos exemplos dissertados, o artigo conclui como a partir da relação entre o artístico e o cultural o movimento acrobático desponta com base em inúmeros fatores de cunho cultural, social, ritual, religioso, festivo, espetacular, técnico, virtuoso, expressivo, pedagógico, lúdico, coreográfico ou de treinamento.