Resumo
Objetivo A curetagem e a ressecção cirúrgica são utilizadas para tratamento do tumor de células gigantes (TCG) do rádio distal, mas ainda há controvérsias acerca da superioridade de uma destas técnicas em relação à outra. O objetivo do presente estudo foi determinar e comparar os dois procedimentos quanto a complicações, recidiva local e mobilidade.
Métodos Três autores fizeram uma busca completa da literatura pertinente e a avaliaram de forma independente. Os estudos incluídos relataram pacientes submetidos ao tratamento cirúrgico do TCG do rádio distal por curetagem ou ressecção cirúrgica. A declaração dos Principais Itens para Relatar Revisões Sistemáticas e Metanálises (Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses, PRISMA, em inglês) foi usada para determinar os desfechos da ressecção cirúrgica e curetagem do TCG do rádio distal. Estes dados foram a base de uma metanálise. Uma avaliação de qualidade também foi realizada.
Resultados A presente revisão incluiu 7 estudos, compreendendo 114 pacientes submetidos à ressecção e 108 à curetagem, totalizando 222 indivíduos (117 homens e 105 mulheres). De modo geral, os pacientes do grupo submetido à curetagem apresentaram maior taxa de recidiva (0,205; intervalo de confiança de 95% [IC95%] = 0,057–0,735; p = 0,015). A incidência de complicações foi a mesma em ambos os grupos (2,845; IC95% = 0,644–12,57; p = 0,168). As incidências de desfechos funcionais também foram as mesmas em ambos os grupos (−0,948; IC95% = −2,074–0,178; p = 0,099]).
Conclusão Os autores preferem a ressecção e reconstrução para tratamento do TCG do rádio distal como método ideal devido aos desfechos de resultados funcionais semelhantes e às menores chances de recidiva. A curetagem pode ser uma opção de tratamento no TCG de baixo grau, associada à terapia adjuvante, neoadjuvante ou ablação para redução do risco de recidiva.