Introdução: A esquistossomose mansônica é uma doença negligenciada no Brasil, logo, relacionada à pobreza e ausência de condições sanitárias. Ocorre na região litorânea do nordeste e se interioriza a partir do estado da Bahia, chegando a Minas Gerais. Objetivo: Agrupar, por meio da análise de componentes principais, as principais variáveis relacionadas à esquistossomose em fatores que possam explicar a variância dos dados. Métodos: Foram avaliadas as notificações de esquistossomose entre os anos de 2007 a 2014, considerando a média por 100 mil habitantes. As variáveis: educação, saúde, economia, infraestrutura e saneamento, população, altimetria e Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), foram obtidas no Atlas Brasil; os dados das notificações de esquistossomose foram obtidos no Sistema de Informação de Agravos e Notificação (SINAN). A análise estatística foi realizada a partir da análise de componentes principais, visando identificar os principais fatores que contribuem de forma mais significativa, com a variância dos dados. Resultados: Considerando os critérios propostos, três fatores explicaram mais de 76% da variância, sendo o primeiro relacionado às variáveis: taxa de analfabetismo em 18 anos ou mais, sem ensino fundamental, mortalidade infantil, extremamente pobre, vulnerável a pobreza, esgotamento sanitário inadequado e população rural. O segundo foi relacionado à variável esgotamento sanitário e o terceiro fator à variável altitude. Conclusão: As variáveis associadas aos fatores, principalmente aquelas pautadas nos determinantes sociais de saúde, demonstram uma forte relação com a ocorrência da esquistossomose. A contribuição do estudo nos remete a possibilidade de agrupar variáveis em fatores que comportam de forma sinérgica e favorecem a incidência da parasitose.