INTRODUÇÃOActualmente, a investigação na área da vinculação tem procurado analisar outras variáveis, para além da sensibilidade e responsividade materna, que poderão ajudar a explicar as diferenças encontradas nas diversas organizações dos comportamentos de base segura. Se no início da formulação da teoria da vinculação por Bowlby (1972Bowlby ( , 1982, a psicologia cognitiva era um campo de estudo relativamente recente, actualmente esta área do conhecimento tem tido enormes progressos permitindo a transição da investigação baseada apenas na avaliação dos comportamentos observados em contexto naturalista (AQS) ou em situação laboratorial (Situação Estranha), para o nível da representação (H. Waters, Rodrigues & Ridgeway, 1998). Um elemento central e actual no estudo da vinculação é o de que a representação cognitiva que os pais têm da relação de vinculação é um factor que medeia a qualidade da prestação dos cuidados/de interacção que estabelecem com os seus filhos, o que se reflecte na qualidade de vinculação das crianças (Bretherton, 1985;Main, Kaplan & Cassidy, 1985;Posada, Waters, Crowell, & Lay, 1995;Grossmann et al., 2002;Tini, Corcoran, Rodrigues-Doolabh, & Waters, 2003). A teoria prevê que as actuais conceptualizações que os indivíduos têm da vinculação reflictam a organização do seu modelo interno de vinculação. Main et al. (1985) referem que, os modelos internos das relações de vinculação são representações mentais que incluem comportamen-