A história da ciência é um corpo de conhecimento plural, não apenas pela sua intrínseca amplitude teórica, reflexiva e metodológica, como também pelo seu complexo e diversificado objeto de estudos: a ciência. A construção de simples preâmbulos históricos que contam apenas as narrativas daqueles que tiveram seus resultados perpetuados é uma pseudo-história, que exclui saberes e estudiosos que, direta ou indiretamente, participaram da construção de conhecimentos. No que se refere a história dos estudos sobre a matéria, desde os gregos antigos, com os mais tenros registros de ciência, é possível encontrar escritos que dissertam sobre a constituição do mundo. Da mesma forma que os alquimistas tinham suas próprias maneiras de entender a matéria. Nesse sentido, este artigo sumariza algumas visões de elemento/matéria que estiveram presentes na Grécia Antiga e que permearam a alquimia árabo-europeia na Idade Média. Além disso, apresenta discussões acerca da visão mágico-vitalista, principalmente a partir do Renascimento, com o intuito de evidenciar como concepções desenvolvidas pelos estudiosos, ancoradas nessa corrente filosófica, foram essenciais para o entendimento de matéria naquele período e para a construção de um contexto que possibilitou o surgimento, no século XVII, de um conceito de elemento no período da ciência moderna. Por fim, são apresentadas implicações ao ensino de ciências.