ResumoNa indústria farmacêutica muitas vezes se faz necessário à mistura entre o fármaco e um material inerte para a produção de comprimidos, cápsulas, etc., o amido mostra-se como uma boa alternativa de material a ser utilizado como excipiente. Desta forma este trabalho visou estudar através das técnicas termoanalíticas: termogravimetria/termogravimetria Derivada (TG/DTG) e calorimetria exploratória diferencial (DSC), e também através da difratometria de raios X (DRX) e da microscopia eletrônica de varredura (MEV) a existência de possíveis interações entre o aceclofenaco (ácido 2-[2-[2-[(2,6-diclorofenil) amino] fenil] acetil] oxalacético) e o amido de pinhão. Para realização deste estudo foram feitas misturas binárias entre o fármaco e o amido nas proporções de 1:2, 1:1 e 2:1 fármaco/amido. Os resultados mostraram que o amido de pinhão não interfere nas propriedades térmicas e estruturais do aceclofenaco.Palavras-chave: Aceclofenaco; Amido de pinhão; Interação fármaco-excipiente.
Introduçãoacetil] oxalacético, é um sólido cristalino branco, insolúvel em água, conhecido usualmente como aceclofenaco. Pertence à classe dos anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs), sendo quimicamente um derivado do ácido arilacético. Trata-se de um inibidor não seletivo da ciclooxigenase (COX), reduzindo os metabólitos da COX e concedendo efeitos anti-inflamatórios, analgésicos e antipiréticos. Vem sendo principalmente prescrito em patologias como artrite reumatoide, espondilite anquilosante e osteoartrite [1]. Devido às pequenas quantidades de massa dos princípios ativos nas formulações farmacêuticas muitas vezes, faz-se necessário à mistura desses fármacos com materiais inertes conhecidos como excipientes. Um excipiente muito utilizado na indústria farmacêutica é o amido.O amido possui propriedades gelificantes que são importantes na indústria, sendo utilizada no controle de textura e nas propriedades mecânicas, podendo ser incorporado na indústria de alimentos, têxtil, indústria papeleira, entre outras. É um biopolímero semicristalino, que serve como reserva de hidratos de carbono em cereais, raízes, tubérculos, sementes e frutos. Trata-se de uma mistura de dois polissacarídeos, a amilose de cadeia linear e a amilopectina com cadeia ramificada [2]. Ambos os polissacarídeos são baseados em cadeias de (1-4) ligadas a resíduos de α-D-glicopiranoses, a amilose é essencialmente linear e a amilopectina é altamente ramificada. As cadeias de ramificação são conectadas por ligações (1-6) α-D-glicosídicas [3].O amido de pinhão mostra-se como uma potencial fonte para utilização como excipiente na indústria farmacêutica devido ao seu alto rendimento. Além de que, de acordo com Helaly et al [4], o amido tem sido um dos melhores materiais de escolha devido à sua disponibilidade, segurança e baixo custo. Drogas em que o amido é utilizado como excipiente é de grande interesse para o uso biomédico, devido à sua boa hidrofilicidade, biocompatibilidade e biodegradabilidade. Em um trabalho recente Daudt et al [5], demonstraram a grande possibili...