147urante os últimos anos o debate crítico teve a possibilidade de avançar em termos teóricos, com alguns resultados aplicados também. Talvez por isso assistimos, não sem alguma perplexidade, a reações agudas do pensamento conservador, que chegou inclusive às ruas em vários países da Amé-rica Latina, justamente onde governos progressistas conseguiram, não sem dificuldades, gerar algumas ações em prol do combate à desigualdade social, com reflexo no espaço geográfico e no acesso aos recursos naturais.Apesar do retrocesso em curso, é fundamental aguçar o debate crítico das condições de vida de grande parte da população mundial. Por isso o objetivo deste artigo é realizar uma primeira aproximação entre duas teorias muito empregadas em estudos do campo crítico e da busca da mudança social: a justiça espacial e a justiça socioambiental.Para tal, ele inicia com uma discussão sobre a justiça, parâmetro central na argumentação que iguala a todos, ao menos no campo do Direito. Depois, mergulha no urbano contemporâneo já que é na cidade que a desigualdade espacial e socioambiental ganha mais visibilidade, pois a maior parte da população mundial é urbana.Em seguida, apresenta-se uma reflexão sobre a justiça espacial e a justiça socioambiental, para concluir com aspectos comuns entre essas duas teorias críticas.