Há séculos o homem tem procurado soluções para eliminar seus males físicos, de forma empírica ou intuitiva e, a partir da década de 1970, notou-se no Brasil um aumento da busca por alternativas à assistência médica tradicional. Assim o objetivo de identificar a prevalência de procura pelo pegador e fatores associados à esta decisão por usuários atendidos em ambulatório regional de Ortopedia na região Norte do Brasil. Para isso, foi realizado um estudo transversal e analítico, pautado em amostra probabilística de 326 pacientes atendidos no ambulatório de Ortopedia do Hospital Regional de Coari – AM. Pacientes que buscaram atendimento no ambulatório responderam um questionário, composto por três blocos de perguntas: a) perfil; b) procura por assistência médica e c) busca pelo “pegador”. As regressões logísticas sobre as associações entre as variáveis estudadas e o desfecho (já procurou “pegador”) foram determinadas através da estimativa dos odds ratios com IC de 95%. Os resultados mostraram que, em sua maioria, os respondentes eram do sexo masculino (60%), com 20 a 59 anos (55%), residiam na zona urbana (83%), sem planos de saúde (97%). Verificou-se que 36% dos respondentes já haviam buscado o “pegador” em algum momento de suas vidas e que, para a demanda ortopédica atual, 16% relataram tê-lo procurado. Houve associação entre a procura pelo “pegador” e a idade, o número de filhos e tempo da procura do serviço do ambulatório (p < 0,05). As pessoas mais velhas (OR=5,98, IC95%: 1,82-19,70 para 20 a 59 anos e 4,63, IC95%: 1,12-19,16 para acima de 60 anos), com mais filhos (OR=3,66, IC95%: 1,15-11,64) e que já haviam procurado o ambulatório há mais de um mês (OR=1,87, IC95%: 1,08-3,24) têm mais chance de terem-no procurado (p<0,05). Conclusão: A procura pelo “pegador” revelou-se frequente e foi influenciada por características individuais e de procura pelo serviço de ortopedia.