ResumoObjetivos: O aprendizado do controle esfincteriano é influenciado por fatores fisiológicos, psicológicos e socioculturais. O objetivo deste estudo foi avaliar a prevalência de crianças sem fraldas aos 24 meses e seus fatores associados.Métodos: Um total de 3.281 crianças nascidas no ano de 2004 em Pelotas (RS) foi incluído em um estudo longitudinal. Aos 24 meses, as mães responderam a um questionário domiciliar com questões sociodemográficas, características dos hábitos miccionais e intestinais das crianças, com atenção ao treinamento esfincteriano. Foi empregada a regressão de Poisson para as análises multivariáveis.Resultados: Do total, 24,3% estavam sem fraldas durante o dia, com predomínio do sexo feminino (27,8 versus 21,1%, p < 0,001) e 8,6% sem fraldas durante a noite, também com predomínio do sexo feminino (10,6 versus 6,8%, p < 0,001). As habilidades necessárias ao aprendizado do controle esfincteriano estavam presentes em 85,5% das crianças. Orientação pediátrica ocorreu em 10% das crianças, mais freqüente nas mães mais ricas em relação às mais pobres (22,9 versus 4,8%). Mães mais escolarizadas (13,2%) e mais ricas (14%) retiram as fraldas mais tardiamente; maior número de crianças em casa (risco relativo = 1,32) e indicar a necessidade de ir ao vaso (risco relativo = 11,74) aumentam a probabilidade de retirar as fraldas; tentativa anterior sem sucesso retarda a retirada de fraldas (risco relativo = 0,59).Conclusões: Embora as habilidades necessárias para a aquisição do controle esfincteriano já estejam presentes aos 24 meses, indicando que um treinamento esfincteriano pode ser iniciado, a maioria das crianças ainda não tinha iniciado esse treinamento. As mães com melhor nível de informação retardam mais esse treinamento.J Pediatr (Rio J). 2008;84(5):455-462: Treinamento de toalete, crianças, controle esfincteriano, disfunção miccional.
AbstractObjectives: Acquisition of bladder and bowel control is influenced by physiological, psychological and sociocultural factors. The objective of this study was to evaluate the prevalence of children out of diapers by 24 months of age and the factors associated with this finding.Methods: A total of 3,281 children born in Pelotas, RS, Brazil in 2004 were enrolled on a longitudinal study. At 24 months their mothers were visited at home and replied to a questionnaire containing questions about sociodemographic data and the characteristics of their children's urinary and intestinal evacuation habits, with special attention to toilet training. Multivariate analyses were carried out using Poisson regression.Results: From the total, 24.3% were out of diapers during the day, with the female sex predominating (27.8 vs. 21.1%, p < 0.001) and 8.6% were out of diapers at night, also with the female sex predominating (10.6 vs. 6.8%, p < 0.001). The abilities needed to start toilet training were present in 85.5% of the children. Guidance was received from a pediatrician in 10% of cases, and more frequently among richer mothers than among poorer mothers (22.9 vs. 4.8%). Mot...