Resumo: O objetivo deste artigo é abordar, a partir do caso de Juliette Figuier, a atuação frequentemente invisibilizada de mulheres intelectuais na disseminação da cultura científica entre França e Brasil. O objeto de estudo é a peça teatral Gutenberg (1869) da autora, que também circulou pelo Brasil através de uma tradução em português, de 1877. A peça, que trata da vida mitificada do inventor da imprensa, insere-se no rol de narrativas sobre a ciência realizada pelos vulgarizadores das ciências - como seu marido Louis Figuier. Muitas vezes confundida como obra do vulgarizador, Gutenberg, no entanto, foi originalmente escrita por Juliette Figuier. O artigo, com este caso, procura discutir como mulheres podiam participar da produção de bens culturais que projetaram a imagem sobre a “ciência”, em um papel de mediação.