Este estudo teve como objetivo analisar a saúde mental e a capacidade funcional de idosos, com indícios de declínio funcional e fragilidade e a relação com a ocupação durante a pandemia da COVID-19. Tratou-se de um estudo descritivo e transversal, realizado, com 71 idosos com indícios de declínio funcional e fragilidade beneficiários do serviço da Confederação Nacional das Cooperativas Médicas (Unimed) Planalto Central. A capacidade funcional foi avaliada por meio das Atividades básicas (índice de Katz) e instrumentais (Índice de Lawton/Brody), da vida diária (ABVDs e AIVDs) e a saúde mental por meio do questionário para rastreio do risco para depressão (GDS-15). Os dados foram analisados por meio da frequência relativa e absoluta. Para identificação da associação entre as variáveis foi utilizado o teste exato de Fischer (p≤0,05). A maioria dos participantes eram do sexo masculino, com idade acima de 80 anos aposentados sem ocupação, com escolaridade de 1 a 4 anos, apresentando comorbidades. Quanto às ABVDs, 347,9% dos idosos eram independentes, 43,7% parcialmente independentes e 8,5% dependentes. Em relação às AIVDs, a maioria, tanto dos idosos sem ocupação (100%), quanto os com ocupação (51,9%) apresentaram Independência total. Os resultados em relação ao rastreio de depressão mostraram que metade (50%) dos idosos apresentaram grau leve de depressão, 34,4% dentro da normalidade e 15,6% grau grave. Evidenciou-se ainda uma associação estatisticamente significativa entre: ABVDs e Sexo (p=0,031), sendo os homens mais independentes em relação as mulheres, AIVDs e ocupação (p = 0,048) e saúde mental e ocupação (p = 0.004), sendo os idosos aposentados com ocupação mais saudáveis mentalmente em relação aos aposentados sem nenhum tipo de ocupação. 35,7% dos idosos aposentados com ocupação apresentaram algum grau de depressão enquanto 88,9% dos idosos sem ocupação apresentaram algum grau de depressão. Após análise dos dados foi possível concluir que, manter-se com algum tipo de ocupação mesmo após a aposentadoria se mostra como um fator protetor para a capacidade ficcional e saúde mental de idosos.