A democratização do ensino básico de 1990 no Brasil aumentou a demanda por cursos de graduação. Entretanto, não havia políticas públicas de acesso e permanência nas universidades para a população de baixa renda. O Programa Universidade para Todos foi implementado para atender essa população, com a utilização das novas formas de participação de atores privados na implementação de políticas públicas. O artigo mostra qual é o perfil dos bolsistas do ProUni, identificando como a política pública contribui para a democratização do ensino superior. As informações dos dados abertos do MEC foram quantificadas para mostrar como o público-alvo do programa é beneficiado, com base nas matrículas realizadas entre 2014 e 2020. Os resultados apontam que o programa é eficaz para o acesso do público-alvo, já que mais de 60% das bolsas são concedidas a pessoas com renda familiar entre zero e um salário-mínimo e meio, mais de 55% dos bolsistas são pretos, pardos e indígenas, cerca de 0,70% dos bolsistas possui deficiência e as mulheres são a maioria dentre os bolsistas. A pesquisa mostra haver diferenças ao nível regional, com resultados mais satisfatórios nas regiões menos desenvolvidas.