O objetivo foi avaliar a trajetória profissional dos egressos dos cursos de graduação em Odontologia de Angola em função do tempo de formados. Estudo observacional transversal de natureza quantitativa, realizado com os egressos das seis instituições de ensino superior que já haviam formado turmas, dentre as quais a primeira se formou em 2006. Ao todo, 285 cirurgiões-dentistas foram convidados a preencher um questionário pré-testado semiestruturado para identificar o perfil socioeconômico e demográfico, profissional e acadêmico dos respondentes desde a sua formação até a vivência na pandemia de COVID-19. Os dados obtidos foram submetidos à análise descritiva e testadas as associações com o tempo de formado. A maioria dos egressos é do sexo feminino (73,3%), na faixa etária entre 30 e 39 anos (44,5%) e trabalha no setor público (30,1%). Menos de um quarto (20,6%) refere ter cursado pelo menos uma pós-graduação. A maioria (92,5%) se formou em Luanda, cidade em que reside a maior parte dos egressos (80,1%). Para 80,1%, o rendimento mensal médio é de até 10 salários mínimos (até 321.810,00 Kwanzas angolanos), considerado regular ou ruim pela maioria (77,4%). A pandemia de COVID-19 impactou bastante ou extremamente a vida profissional de 58,9% dos respondentes. Egressos formados até 2016 realizaram mais cursos de pós-graduação(p<0,05) e declararam ter maior rendimento mensal (p<0,05). Concluiu-se que os egressos de Odontologia de Angola se caracterizam por serem a maioria mulheres e graduados na capital. Quanto maior o tempo de formação profissional maior a titulação e satisfação com a renda.