Este estudo tem como objetivo apresentar as relações de trabalho conflituosas durante no ano de 1978, na construção da barragem da Itaipu Binacional. A primeira análise ocorrerá por meio das crônicas iniciais publicadas no jornal corporativo Informativo UNICON, que descrevia o lugar da construção como ideal. A segunda estudará ocorrências policiais registradas no primeiro semestre de 1978 no canteiro de obras, demonstrando as contradições sobre a mobilidade urbana da construção, mas que eram publicadas secretamente. Foi neste período que ocorreram os primeiros movimentos de revoltas organizados por trabalhadores que construíram a hidrelétrica de Itaipu. Ao aproximar as crônicas e os levantes, este estudo fará um diálogo entre a “literatura”, o “tempo”, a “institucionalização” e as “inquirições”. Os textos jornalísticos, juntamente as ocorrências elaboradas pelas equipes policiais da barragem serão as fontes desse estudo, tendo como aporte teórico as obras de Edward Palmer Thompson, (2011), Norbert Elias, (1998) e Erving Goffman, (2013). Nesse sentido este mesmo “tempo,” cuja marcação se dá pelos calendários e relógios, age coercitivamente sobre o indivíduo tornando-o inflexível e alheio os aspectos institucionais compostos pelas barreiras físicas e os novos modos de vida.