Introdução: Diversos são os indicadores de risco para deficiência auditiva. O índice de Apgar, quando menor que quatro no primeiro minuto e/ou menor que seis no quinto minuto de vida, é considerado um indicador de risco para surdez. Tais valores estão associados à ocorrência de asfixia, que é uma das causas mais comuns de lesão e morte celular e, desta forma, algum dano ao sistema auditivo pode ocorrer. Objetivo: Verificar a influência do indicador de risco para deficiência auditiva, Apgar baixo, na primeira avaliação auditiva do neonato. Métodos: Estudo clínico transversal, realizado em hospital público no período de janeiro de 2012 a dezembro de 2016. Os neonatos realizaram a avaliação audiológica por meio do exame de emissões otoacústicas evocadas por estímulo transiente (EOE-t). A relação entre Apgar baixo e “falha” nas EOE-t foi analisada por regressão logística simples. Resultados: Foram avaliados 6.301 neonatos, desses 15,82% (n=996) tinham indicadores de risco para deficiência auditiva e 6,57% (n=415) obtiveram Apgar baixo. Apresentaram falha no exame de EOE-t, uni ou bilateral, 6,5% (n=415) dos neonatos triados. Outros indicadores de risco aumentaram as chances de “falha” na EOE-t, porém o Apgar baixo, isoladamente, aumentou as chances de “falha” em neonatos com peso ao nascimento maior que 1.500 g (OR: 1,58; p=0,02) e sem hemorragia peri-intraventricular (OR: 1,56; p=0,01). Conclusão: O índice de Apgar baixo foi o principal causador de "falha” na primeira avaliação auditiva dentre os neonatos com peso maior de 1.500 g e sem hemorragia peri-intraventricular.