O presente texto parte de uma definição ampla de crítica anticolonial que toma por base o direito de emancipação dos povos (cultural, política, econômica, dentre outras) no âmbito da mundialização promovida pelo expansionismo europeu a partir do século XV, focalizando a produção em língua portuguesa gerada no âmbito do império português. Visa a contemplar a produção historiográfica cultural, assim como aquela de crítica literária desse universo, na medida em que ambas se complementam.Se é verdade que muito da reflexão teórica sobre o anticolonialismo no âmbito do império português é devedora, na atualidade, de formulações oriundas de meios intelectuais de outros espaços coloniais e linguísticos, preponderando o britânico, o francês e o norte-americano, e, mais recentemente, o asiático e o africano, também é verdade que a aplicação de tais teorias aos domínios coloniais portugueses sofreu e sofre ajustes, revelando aspectos peculiares que precisam ser pensados a partir da realidade desse espaço. Além disso, é preciso ter em conta o fato de que, no Brasil e nos países que tiveram origem na chamada América Hispânica, o início do período pós-colonial, em