* Trabalho ganhador do prêmio Juan Carlos Parodi no V PanamericanCongress on Vascular and Endovascular Surgery, Rio de Janeiro, de 5 a 8 de novembro de 1998.
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AbstractA variety of therapeutic options are available to manage the disease of supra-aortic trunks based on clinical presentations and anatomic location of the arterial lesions. The cervical approach is accepted as having low morbidity and mortality with elevated long-term patency. The authors report a successfully treated case of carotid-carotid crossover bypass by the retropharyngeal route associated with endarterectomy of carotid bifurcation. We also discuss clinical aspects, and surgical or endovascular options for the best treatment of these patients.Key words: carotid stenosis, carotid endarterectomy, vascular diseases.
ResumoExistem diversas opções para o tratamento da doença oclusiva dos troncos supra-aórticos, de acordo com a apresentação clínica e a localização das lesões arteriais. As abordagens cervicais são aceitas como alternativas de baixa morbimortalidade, com elevada perviedade em longo prazo. Os autores relatam um caso tratado com sucesso através de derivação carótido-carotídea cruzada por via retrofaríngea associada à endarterectomia da bifurcação carotídea. São discutidos também os aspectos clínicos e as opções cirúrgicas ou endovasculares para o melhor tratamento desses pacientes.Palavras-chave: estenose das carótidas, endarterectomia das carótidas, doenças vasculares.
RELATO DE CASOA doença aterosclerótica cerebrovascular extracraniana é normalmente causada por lesões situadas na bifurcação carotídea. Existe um pequeno grupo de pacientes que apresenta doença oclusiva aterosclerótica mais proximal, muitas vezes envolvendo mais de um tronco vascular ou mesmo o arco aórtico 1 . A cirurgia inicialmente proposta por DeBakey et al. para esses pacientes consistia na abordagem direta do arco aórtico por acesso transtorácico para a realização de derivações ou endarterectomias 2 . No entanto, foram demonstradas elevadas taxas de morbimortalidade com esses procedimentos 3 . Nesse contexto, as derivações extraanatômicas ganharam aceitação por sua fácil realização, aliada a menores taxas de complicações e óbitos [4][5][6] . As derivações que atravessam a linha média são tradicionalmente realizadas pela região cervical anterior, com a utilização de um túnel subcutâneo 5,6 . Por outro lado, a via retrofaríngea descrita por Berguer 7 é o caminho mais curto para as revascularizações transcervicais. O objetivo deste trabalho é relatar um caso em que se realizou uma derivação carótido-carotídea retrofarín-gea, apresentando o seu seguimento tardio.
Relato do casoPaciente masculino de 67 anos consulta por apresentar três episódios de ictus transitório nos últimos 6 meses, com déficit motor em membro superior direito. Negava sintomas isquêmicos em membros superiores. Como comorbidades, o paci-