Tratamento do Diabetes Melito Tipo 2: Ainda Existe Lugar Para as Sulfonilureias?

Abstract

A incidência de diabetes melito tipo 2 aumenta em todo o mundo. Está associada com maior morbidade e mortalidade em relação à população sadia. Seu tratamento implica mudança de hábitos de vida e medicamentos. Entre esses, as sulfonilureias estão disponíveis há muitos anos. Apesar de serem eficazes em diminuírem o teor da glicemia, observações publicadas mostram que podem estar envolvidas em efeitos deletérios para o diabético, ou seja, hipoglicemia, ganho de peso, aumento de risco cardiovascular, exaustão das células beta pancreáticas e aumento da frequência de câncer. Devido ao surgimento de novas opções terapêuticas para o diabetes melito tipo 2, interroga-se se ainda existe lugar para o uso desses medicamentos no paciente diabético. Palavras INTRODUÇÃOO diabetes melito tipo 2 (DM2) é uma das principais doenças crônicas da atualidade, responsá-vel por parcela considerável dos gastos com os agravos à saúde. Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, a prevalência no Brasil varia de 7% a 13%,a depender da região em foco, e tem aumentado nos últimos anos devido ao envelhecimento, à urbanização e à elevação da frequência de obesidade e sedentarismo. Dos 380 milhões de indivídu-os que convivem com a doença em todo o mundo, cerca de 80% estão nos países em desenvolvimento, o que agrega problema adicional à população que ainda sofre com os danos à saúde relacionados ao subdesenvolvimento econômico e social. Seguindo-se a tendência geral do tratamento das doenças crônicas, nos últimos decênios, houve grande avanço no tratamento da forma mais frequente de diabetes, o diabetes tipo 2 (DM2), com Correspondência: Luiz Augusto Casulari -CLINEN -SCN, quadra 1, bloco F, edifício America Office Tower, sala 1016 -CEP 70711-905, Brasília, DF.

Hipoglicemiantes Orais: Uma Análise De Seus Efeitos, Indicações E Contraindicações

“…No entanto, seu uso pode estar associado a alguns efeitos adversos, como hipoglicemia, ganho de peso, possível risco aumentado de eventos cardiovasculares e também foi observada relação com aumento da incidência de câncer de mama, pâncreas, cólon e próstata (Casulari;Amato;Pereira, 2016;O'brien et al, 2018). São contraindicadas em pacientes com disfunção renal ou hepática grave, porém, a gliclazida de liberação prolongada pode ser utilizada em pacientes com insuficiência renal leve à moderada, sob monitoramento cauteloso (Brasil, 2020).…”

“…Do ponto de vista terapêutico, as sulfonilureias são especialmente indicadas para pacientes com diabetes mellitus tipo 2 que não respondem satisfatoriamente ao Além disso, alguns estudos têm sugerido que não há diferença significativa na eficácia entre as diversas sulfonilureias disponíveis no mercado, embora possam apresentar diferentes níveis de risco de hipoglicemia e interação com outros medicamentos. As sulfonilureias mais comuns no mercado incluem glibenclamida, glipizida e glimepirida (Casulari;Amato;Pereira, 2016).…”