A Educação Ambiental (EA) é uma dimensão do uso público em áreas protegidas prevista para todas as categorias de manejo do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC). Nesse contexto, as Unidades de Conservação (UC) necessitam ganhar significado para a sociedade e podem servir como locus das ações de consolidação da Política de Educação Ambiental (PEA). Essas têm potencial para reaproximar as pessoas dos ambientes naturais pela afetividade e reflexão e permitir uma visão prática e crítica das relações da sociedade com a natureza. Além disso, a EA, enquanto uma prática social pode contribuir para fomentar a integração participativa e democrática nas decisões sobre a sua gestão. O presente trabalho visa à elaboração de Trilhas Interpretativas (TI) como proposta pedagógica e ferramenta de EA, baseadas nas atividades de sensibilização e Interpretação Ambiental. Através de diversas etapas e baseado em metodologia de pesquisa social, o trabalho analisa a elaboração de diferentes trilhas interpretativas feitas por alunos do Ensino Médio do CIEP-449 Governador Leonel de Moura Brizola Brasil-França, localizado em Niterói, RJ, em parceria com o Grupo de Estudos Interdisciplinares do Ambiente, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ/FFP). No primeiro momento da pesquisa, as trilhas foram divididas em diferentes temas, obedecendo a proposta pedagógica e a base curricular da escola. A partir do segundo momento, o trabalho segue com a discussão e elaboração de uma nova trilha interpretativa, baseada nas trilhas feitas pelos alunos. A nova TI é do tipo guiada e tem uma abordagem pedagógica que busca a interdisciplinaridade. A área de estudo da pesquisa é a trilha do Costão de Itacoatiara, inserida no Parque Estadual da Serra da Tiririca, em bairro vizinho ao CIEP. O contexto social da turma, as diferentes vertentes da educação ambiental e os conflitos que envolvem as Unidades de Conservação foram discussões centrais neste trabalho, além da abordagem dos conceitos de interpretação ambiental e trilhas interpretativas. Com o resultado, pode-se analisar o uso das TI no planejamento e gestão do uso público nos parques e verificar sua eficácia com estratégia de conservação e como proposta pedagógica, a partir da sensibilização e construção de um pensamento crítico sobre questões socioambientais, minimização de impactos negativos da visitação e envolvimento dos alunos na conservação da biodiversidade, além de os auxiliarem no processo de ensino-aprendizagem.