Em condições de cultivo de longo prazo, a atividade microbiológica e a manutenção da matéria orgânica do solo podem ser peças chaves para a reversibilidade do P adsorvido. Os cultivos sucessivos também podem influenciar a dinâmica da emissão de gases de efeito estufa (GEEs), uma vez que adubações consecutivas, uso de leguminosas e o revolvimento ou não do solo são fatores importantes neste processo. Neste cenário, este estudo objetivou avaliar como o manejo e o cultivo de longo prazo influencia as formas de P, capacidade de recuperação do P adsorvido, comunidade microbiana e fluxo de GEEs de um Latossolo Vermelho que há mais de duas décadas é submetido ao cultivo predominante de milho sob diferentes sistemas manejos. A área de estudo foi um experimento de longa duração já implementado, no qual foram avaliados os seguintes tratamentos: revolvimento do solo para o cultivo do milho; ausência de revolvimento do solo, com sucessão soja-milho e; área de vegetação nativa típica de Cerrado (referência). Nessas áreas foram coletas amostras de solo para avaliação das formas de P e atividade enzimática para um primeiro capítulo que objetivou avaliar o efeito de diferentes formas de uso e preparo de solo, no longo prazo, sobre a dinâmica de P e de enzimas ligadas ao ciclo deste nutriente. No segundo capítulo, amostras de solo foram coletadas e acondicionadas em vasos para a montagem de um experimento com plantas de milho em casa de vegetação, c que teve por objetivo avaliar o efeito do revolvimento do solo e da adição de fungos solubilizadores de fosfatos (FSPs) na recuperação de P adsorvido depois de quase duas décadas de cultivo. No terceiro capítulo, câmaras foram instaladas na área experimental de campo para a coleta dos gases CH4, CO2 e N2O, entre julho de 2019 e fevereiro de 2020, objetivando avaliar como os sistemas de manejo de longo prazo afetam o fluxo de GEEs. Os resultados obtidos revelaram incremento das formas lábeis inorgânicas nas camadas superficiais de todos os sistemas de manejo. A substituição da vegetação nativa pela agricultura reduziu o teor de carbono do solo, efeito minorado na camada mais superficial. O cultivo mínimo foi capaz de manter ou melhor a atividade de enzimas do solo, componentes considerados importantes na nutrição de plantas e qualidade do solo. A adição de FSPs demonstrou ser capaz de melhorar a dinâmica do P no solo e o desempenho das plantas, de forma semelhante à adubação química. As práticas de preparo do solo e a adubação nitrogenada de cobertura não alteraram as emissões dos GEEs do solo das áreas cultivadas, em comparação ao observado na vegetação nativa. A reversibilidade do P do solo foi incrementada com a adição de FSPs em um solo com acúmulo de formas não lábeis, demostrando o potencial dessa estratégia para o melhor aproveitamento do nutriente imobilizado. Não se verificaram diferenças das emissões de GEEs das áreas cultivadas e nativa, entretanto, ressalta-se que tal resultado não se pode ser utilizado para se justificar a livre remoção da vegetação nativa. Palavras-chave: Adsorção de fosfato. Efeito estufa. Cultivo mínimo. Fracionamento de P.