Turismo de base comunitária na América Latina: uma estratégia em rede

Abstract

A abordagem sobre novas possibilidades para o desenvolvimento turístico, em várias regiões do mundo, passa pela compreensão do modo de construção de iniciativas designadas como turismo de base comunitária. Nesse contexto, este artigo tem o objetivo de interpretar algumas dessas experiências em curso na América Latina à luz da noção de redes. A metodologia adotada para orientar a reflexão proposta se baseou em pesquisa bibliográfica e documental acerca do tema, sendo complementada pelo levantamento de informações disponíveis nas páginas da internet de cada iniciativa identificada com esse foco e vinculada à Rede de Turismo Comunitário da América Latina (REDTURS). A sistematização dos dados se apoiou na elaboração de uma matriz síntese, tendo a sua interpretação sido desenvolvida por meio da adaptação da técnica de Análise de Conteúdo. Com base nos principais resultados da pesquisa, foi possível refletir que as redes de TBC analisadas se configuram como um movimento de articulação de ações direcionadas, sobretudo, à comercialização no mercado de viagens e turismo, ao intercâmbio e ao compartilhamento de informações, à gestão e à operacionalização de empreendimentos, à influência em políticas públicas e ao fortalecimento de capacidades locais e de mobilização social, realizando alianças em escalas local, nacional e internacional.

Community-based tourism and networks: an analysis of the collaborative relationships in the Tucum Network, Brazil

“…The benefits of CBT have been advocated by many scholars, organizations, and communities. However, these initiatives have been struggling to survive over time due to many factors, such as lack of technical qualification, lack of management skills, access to public services and basic infrastructure (Moraes, Irving & Mendonça, 2018); insufficient profit generation; insufficient market demand; limited capacity on the part of community residents to participate in tourism development; heterogeneity of a community; complex power relations within the community and with external actors; and over-reliance and longterm dependency on external actors (Tolkach, King & Pearlman, 2013).…”

“…To overcome these obstacles, various CBT initiatives, that have emerged since the 1980s in Latin America, have formed networks as a strategy to strengthen CBT and to resist the mainstream tourism model (Barbosa, 2011;Moraes et. al, 2018).…”

“…al, 2018). Moraes, Irving and Mendonça (2018), for instance, identified 16 networks of CBT initiatives, which are linked to the Community Tourism Network of Latin America (Rede de Turismo Comunitário da América Latina -REDTURS). These CBT networks were created between 1993 and 2009, and are located in Argentina (3), Costa Rica (1), Brazil (2), Nicaragua (1), Ecuador (3), Bolivia (2), Mexico (2), Honduras (1), and Chile (1).…”

“…These CBT networks were created between 1993 and 2009, and are located in Argentina (3), Costa Rica (1), Brazil (2), Nicaragua (1), Ecuador (3), Bolivia (2), Mexico (2), Honduras (1), and Chile (1). These network articulations have been important to influence public policy agendas and to design forms of commercialization of CBT (Moraes et. al, 2018).…”

“…Besides, the short number of researches addressing these CBT networks has focused mainly on proposing a network approach to strengthen CBT initiatives (Tolkach et. al, 2013, Tolkach & King, 2015Urano, Siqueira & Nóbrega, 2016); or the role, structures, and organizations of these networks (Barbosa, 2011;Borges, 2011;Moraes, Irving & Mendonça, 2018). There is a lack of research focusing on the understanding of the collaborative relationship among network's nodes, and the impacts of these relationships on the development of CBT and on the success of the networks.…”