O objetivo deste artigo é apresentar uma visão geral de múltiplas evidências, levantadas de forma sistemática na literatura, sobre processos de desproteção de crianças, adolescentes e suas famílias, bem como estratégias de proteção e atuação durante a crise sanitária causada pela Covid-19 e no contexto pós-pandêmico. Para tanto, foram selecionados 13 artigos de revisão, entre 2020 e 2023, os quais trazem os principais aspectos que incidem nas desproteções de crianças e adolescentes, afetando a saúde mental, a convivência familiar e comunitária, bem como estratégias de intervenção para o enfrentamento dessas situações. Assim, este estudo traz uma discussão que pode ser subsídio para que profissionais do campo da proteção infantojuvenil possam planejar ações diante dos reflexos da crise pandêmica, política, social e econômica nos últimos tempos. Os efeitos das desproteções ligadas à insegurança de renda, à falta de acesso aos serviços, à redução de autonomia e a problemas de saúde mental ampliaram desproteções relacionais e contextos de violência. Por outro lado, o acesso a serviços e políticas públicas, com apoio às famílias, é o que a literatura destaca para ampliar a proteção infantojuvenil. Portanto, é fundamental identificar demandas para a busca de atuações com foco na melhoria das ofertas de serviços e na promoção de espaços de convivências protetivas.