Tanto a gestação quanto a adolescência são vividas de diferentes formas nos diversos contextos sociais e culturais. A partir da constituição familiar que a adolescente se sentirá mulher em determinados grupos. Buscamos entender o desejo pela gestação e o lugar ocupado pelo filho no imaginário materno, e assim, compreender quais ideias de ego familiar constituíram-se em torno da filiação e como se construíram em suas vidas. Para isso, realizamos entrevistas semidirigidas e elaboramos uma Linha do Tempo Familiar com seis gestantes de 14 a 18 anos. A análise destas nos mostrou a gestação na adolescência como um desejo e uma possibilidade de ascensão social. O filho traz a esperança da reconstrução das vivências infantis das entrevistadas e a sensação de segurança e vínculo inabalável. Com isso, reafirmamos a necessidade de uma reformulação nos projetos sociais para a população de baixa renda, que considere os jovens globalmente, possibilitando-lhes autonomia e reflexões.