Um estudo sobre os Refugiados Sírios na cidade de São Paulo e Florianópolis

Abstract

Este artigo tem o objetivo de apresentar a temática sobre a presença dos refugiados sírios no Brasil a partir de 2011, ano em que eclodiu a guerra na Síria. Esse estudo faz parte de uma pesquisa sobre as trajetórias laborais dos refugiados sírios nas cidades de São Paulo e Florianópolis – SC. Consideramos os processos integrativos no tecido social brasileiro no contexto de conjuntura de crise econômica, política e de precarização do trabalho. A metodologia aplicada nesta investigação é a da narrativa biográfica. Analisamos o papel das redes de acolhimento. Identificamos, por meio das narrativas, casos de discriminação nos percursos laborais dos refugiados sírios.

Sírios em situação de refúgio em São Paulo: entre a hospitalidade e a intolerância

“…A literatura entre 2011 e 2016 se centra mais na problemática das relações internacionais (Andrade, 2011;Godoy, 2014;Pereira;Silva, 2016;Riediger, 2013). Já a produção científica mais recente aborda os seguintes assuntos: a aprendizagem do português (Peres, 2016;Taño;Costa, 2017), o perfil demográfico dos sírios (Baeninger, 2017;Quinaglia, 2018;Quianglia;Justino, 2016), acesso à moradia (Viana, 2016), os serviços sociais oferecidos pelo governo (Bisneto, 2016;Fortunato;2019;Moreira;Borba, 2017), o suporte oferecido pela sociedade civil (Baeza, 2018;Pucci, 2017), o acesso ao mercado de trabalho (Brasil, 2017;Coimbra;Orchard, 2020;Menezes, 2020;Oliveira, M., 2020), a interculturalidade (Silva, J. A., 2019) e a xenofobia (Souza;Zolin-Vesz, 2018).…”

“…Utilizou-se a Grounded Theory (Charmaz, 2006) como referência metodológica para a codificação e análise dos dados qualitativos. Em um primeiro momento, codificou-se linha por linha do material transcrito.…”

Prática médica e imigração: o caso dos refugiados sírios na cidade de São Paulo

“…Sua condição de vulnerabilidade social os torna mais suscetíveis a terem que sujeitar-se as condições desumanas de trabalho. Em suma, o que se passa à nível local não está deslocado dos impactos do neoliberalismo mundial e localmente (Coimbra, Orchard, 2020). Como nos diz Butler (2018, p.31-40), a contrapartida de uma vida precária é uma vida com direitos sociais e econômicos que sejam efetivamente atendidos para que as condições de uma vida decente sejam garantidas.…”