A intersecção saúde-educação na infância tem sido desafio para as políticas públicas na América Latina. O foco biomédico e a centralidade da saúde são dificuldades apontadas por estudos avaliativos de políticas de promoção da saúde na educação. Entretanto, estudos sobre o conceito de salutogênese, atentam para a potência de uma educação sanadora ou salutogênica. Este estudo surge das reflexões teóricas oriundas da sistematização da experiência de projeto de extensão universitária desenvolvido em uma escola infantil do interior do estado de São Paulo, Brasil. A partir da conjunção de referenciais teóricos da antroposofia aplicada à saúde e à educação, da hermenêutica e da análise institucional, o estudo aponta caminhos para a criação de dispositivos organizacionais que viabilizam o acompanhamento multiprofissional longitudinal e individualizado do desenvolvimento infantil no ambiente escolar. Demonstra ainda as potências da integração ensino-serviço-comunidade e da cooperação técnica entre universidade e escola na interseccionalidade saúde-educação.