Um olhar da semiótica para os discursos em libras: descrição do tempo

Abstract

Aos tradutores do resumo desta tese, Glaucia Fernandes (inglês) e Guillaume Delsart (francês). Agradeço, também, a ajuda grandiosa do professor Ivã Lopes e das amigas Milca Leão e Taís de Oliveira, nos ajustes teóricos dessas traduções. Um agradecimento especial para Eunice Moreira, pela revisão de toda a tese. A todos do grupo GES-USP, do qual tenho muito orgulho de fazer parte. Fui muito bem recebida pelos semioticistas laboriosos e aprendi muito com todas as interações das tardes de sexta-feira. Em especial, agradeço a amizade sincera e constante de Daniel Leite, Guilherme W.

As ações bucais como práticas na emergência de entendimentos situados em interação sinalizada

“…Nos estudos de interações face a face, por exemplo, abre-se espaço para a exploração de diferentes semioses normalmente ignoradas nos trabalhos que se concentram apenas na cadeia de enunciados verbais que constituem um dado discurso. No caso das interações sinalizadas, em que as ações de diferentes partes do corpo têm papel fundamental tanto para a delimitação de unidades gramaticais, quanto para o estabelecimento da referência e para a organização dos discursos (ver LIDDELL, 2003;MOREIRA, 2007MOREIRA, , 2016LEITE, 2008;BARBOSA, 2013;VIOTTI, 2010VIOTTI, , 2011VIOTTI, , 2014 BARBOSA; VIOTTI, 2014; SILVA, J.P., 2014; PUUPPONEN, 2019, entre outros), um modelo de signo que se concentre nos elementos verbais tende a ter dificuldade em abarcar a coordenação de ações de diferentes naturezas semióticas. É a tarefa central deste capítulo, portanto, apresentar um modelo de signo que se mostre adequado à natureza do processo semiótico prenunciado no primeiro capítulo.…”

Semiótica, educação e o uso da tecnologia digital em sala de aula

“…Assim, tem-se o momento da enunciação e a necessidade de organizar os acontecimentos -estados e transformações -narrados no texto a partir dele. Dessa combinação desenvolvem-se dois sistemas linguísticos: um enunciativo, que gira em torno do tempo do discurso produzir o efeito de ser concomitante ao tempo da enunciação, e um enuncivo, no qual a ilusão é de não-concomitância entre essas duas temporalidades e, por isso, instala-se um momento de referência temporal no enunciado a partir do qual se desenvolverá o discurso.Fonte: MOREIRA, 2016, p. 43.Aproveitamos o esquema elaborado por RenataMoreira (2016), baseado nos estudosde Fiorin (2002), para ilustrar o sistema temporal da enunciação. Primeiramente, note-se que "Enunciação" está acima, sozinha, pressuposta a todo o esquema que segue.…”