Introdução: O transplante de órgãos e tecidos é uma alternativa no tratamento de diversas doenças, mas o número de doadores é baixo e as filas de espera, longas. Esse déficit é também atribuído à desinformação da população, cabendo aos profissionais da saúde prestar assistência e orientar. Nesse contexto, é necessária a qualificação dos acadêmicos de Medicina sobre doação de órgãos, assim como o ensino médico deve proporcionar esse conhecimento. Objetivo: Analisar o conhecimento de estudantes de Medicina em relação à morte encefálica e doação de órgãos. Métodos: Foi utilizado um questionário autoaplicável contendo 14 questões objetivas, respondido voluntariamente e sem identificação. A amostra foi composta por 240 acadêmicos selecionados aleatoriamente, correspondendo a 48,78% do total de alunos. Os dados coletados foram agrupados conforme o ano letivo para avaliação de diferenças entre os períodos. Resultados: Dos 240 alunos entrevistados, 35% participaram de aulas ou curso sobre o tema e 59,16% autoavaliaram seu conhecimento em doação e transplante de órgãos como regular; contudo, 90% afirmaram ter conhecimento sobre morte encefálica. Esse entendimento aumentou conforme avanço da graduação médica. Sobre doação post mortem, 90,83% seriam doadores e os principais motivos para não doar são: medo, desinformação, religião e simplesmente não querer. Os acadêmicos também foram avaliados sobre transplantes intervivos, sendo que 91,66% realizariam doação. Porém, 46,16% desconhecem seus riscos. Conclusão: Os estudantes de Medicina são bem instruídos em relação a conteúdos relevantes ao transplante como morte encefálica, mas a abordagem da doação de órgãos e tecidos é insuficiente para a prática.