Uma bioeconomia inovadora para a Amazônia: conceitos, limites e tendências para uma definição apropriada ao bioma floresta tropical

Abstract

O termo bioeconomia surgiu nos últimos anos como um elemento importante para a transição para uma economia de baixo carbono. No entanto, como é relativamente novo, ainda abrange uma infinidade de significados, nem todos adequados para o bioma amazônico ou para a conservação da biodiversidade. Esse documento combina a revisão de literatura de diferentes áreas da ciência social para construir uma proposta de conceito específico para o bioma amazônico. Aqui, argumenta-se que o conceito deve ser centrado no processo e capaz de sustentar a sociobiodiversidade da região, favorecendo o fortalecimento de trajetórias econômicas vinculadas à floresta em pé e aos rios fluindo, auxiliados pelos laços das comunidades tradicionais com seus arredores. Nesse sentido, ao proporcionar um espaço para o desenvolvimento de determinadas práticas econômicas, as cidades amazônicas podem desempenhar um papel fundamental no desenvolvimento de melhores relações entre sociedade e natureza.

Transformando biodiversidade em biobusiness: o impacto das incubadoras na biotecnologia Amazônica

“…A (2001), sugerem que há nuances que merecem ser exploradas em pesquisas futuras. A colaboração com instituições acadêmicas é um ponto amplamente discutido na literatura, ressaltando a importância dessa parceria para o progresso da biotecnologia na região (ASSIS COSTA et al, 2022;BONAIUTI, 2014;EMBRAPA, 2021;FILHO, 2001;LEWANDOWSKI, 2018).…”

O protagonismo da sociedade civil na sociobiodiversidade do contexto amazônico

“…Diante disto, Costa et al, (2022), trazem uma nova visão de bioeconomia e reconhecem os diversos tipos de bioeconomia, relacionadas as atividades na Amazônia que podem ser implantadas nas áreas degradadas ou de atividades rurais, contudo ressaltam que: "[...] em áreas de floresta, uma bioeconomia inovadora e prioritariamente bioecológica deve prevalecer. Essa bioeconomia se diferencia das demais por ter como características: indução ao desmatamento zero; conservação da floresta; ordenamento territorial; combate a ilegalidades; manutenção dos direitos indígenas, de populações tradicionais e camponeses; distribuição justa de benefícios; investimentos em ciência e tecnologia e assistência técnica adequadas à sua produção.…”

“…Discutir essa vertente de bioeconomia, que emergem centrar as áreas da Floresta Amazônica, como uma área bioecológica, por envolver questões de desmatamentos, conservação da floresta, questões territoriais, sobre a ilegalidade, a preservação e garantia de direitos dos povos tradicionais e a população local, distribuição igualitária de benefícios; sobretudo, que adentre os investimentos em ciência e tecnologia para o manejo da produção. Todos esses itens, convergem em necessidades específicas de valorizar a Sociobiodiversidade para a preservação do bioma e manter a floresta amazônica em pé (Costa et al, 2022).…”

Bioeconomia do cacau no estado do Amazonas

“…Essa proposição depende do reconhecimento do conhecimento tradicional acumulado (etnoconhecimento) durante milênios pelos povos da floresta e da valorização de práticas regenerativas (Abramovay et al, 2021;Costa et al, 2022).…”

“…Essas condições dependem da governança e organização das cadeias de valor. Tendo em vista tal problemática, esta pesquisa abordou os papéis dos stakeholders que fazem parte da governança da bioeconomia do cacau no estado do Amazonas, cadeia considerada entre as prioritárias para o desenvolvimento da bioeconomia na Amazônia (Amazonas, 2021; Costa et al, 2022).…”