“…Por meio de comparações que não buscam a igualdade, mas que constroem novos conhecimentos a partir da diferença, o autor entende que o professor pode propor situações que estimulem as crianças a divulgar seus entendimentos e, neste sentido, um novo conhecimento estaria sendo construído a partir de algo que as crianças já conheciam e sabiam.As aulas de educação física, segundo Rodrigues Junior (2008) não devem subordinar os saberes cotidianos das crianças ao conhecimento sistematizado da educação física, mas transformar este encontro em uma relação cíclica: os saberes dos alunos devem ser acessados pelo professor, em um trânsito do senso comum ao conhecimento científico, e este deverá propor novos conhecimentos às crianças. Quando as possibilidades de um conteúdo estão esgotadas, por exemplo, o ciclo se renova para a mobilização de novos saberes presentes no senso comum, que serão novamente confrontados com os temas da cultura corporal de movimento pelo professor.Em outros dizeres, Betti, Pierre Gomes-da-Silva e Eliane Gomes-da-Silva (2013) explicam que os conflitos e as dúvidas nos removem do apego que desenvolvemos em situações confortáveis e das categorias e sistematizações já efetivadas, enfim, dos significados já estabelecidos. Os conflitos e as dúvidas, presentes em todo processo educacional e com intensidade, na minha experiência docente, me removeram do discurso da igualdade sustentado pelas instituições educacionais.O contato com as crianças, neste sentido, suscitou o interesse em realizar esta pesquisa e retirar o conforto de nos afirmarmos como iguais, sem debatermos as diferenças e sem usá-las a favor da renovação de nossa prática docente.…”