Como conceber uma escola como um espaço de aceitação e convivência entre sujeitos que atuam de formas tão diferentes? Onde muitos não mais se encaixam dentro da (hetero)norma preestabelecida que julga, sentencia e pune comportamentos fora do binarismo macho/fêmea? A ideia de escola não heteronormativa se encaixa dentro do conceito de heterotopia, um lugar ou espaço que opera em condições não hegemônicas. Pretende-se descrever situações em que alunos(as) que apresentam diferentes formas de subjetivação assumem uma postura de aceitação e convívio de suas diferenças. Propõe-se um estudo utilizando pressupostos pós-estruturalistas e da Teoria Queer, objetivando demonstrar como alunos(as) bailarinos(as) e não bailarinos(as) convivem de uma forma não heteronormativa. Analisou-se por meio de etnografia como os discentes se posicionaram em relação a questões de diferenças heteronormativas e descreveram-se as interações entre os alunos bailarinos e os não bailarinos em diferentes tempos e espaços na escola. A escola analisada pode ser considerada uma heterotopia, na qual a grande maioria dos(as) alunos(as) aceitam-se uns aos outros e convivem de forma a respeitarem suas subjetividades.