ResumoAssente num paradigma que tem por meta a aprendizagem, e não apenas o ensino, e partindo do entendimento de que a Universidade pode, e deve, construir ambientes que favoreçam o desenvolvimento global do estudante, este artigo descreve e mostra como a implementação de Clubes de Estudantes (CE) desenvolve as competências pessoais e sociais dos estudantes. O artigo analisa o processo de implementação dos CE e as principais atividades de cinco CE universitários e, evidencia que estes são espaços pedagógicos de desenvolvimento de competências de vida e de estímulo ao empreendedorismo, para os estudantes. Palavras-chave: clubes de estudantes, competências de vida, empreendedorismo social
AbstractBased on a paradigm that aims to learn, not just teaching, and starting from the understanding that the University can and should build environments that favour the overall development of the student, this article describes and shows how the implementation of Student Clubs (SC) develop students' personal and social skills. The article analyses the implementation process of the SC and the main activities of five university students' clubs and that the SC are pedagogical spaces for developing life skills and stimulating entrepreneurship for students. Keywords: student clubs, life skills, social entrepreneurship.
IntroduçãoDe acordo com relatório para a UNESCO, da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI (2000), a educação deve organizar-se em torno de quatro aprendizagens fundamentais: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e, aprender a ser.O primeiro pilar, aprender a conhecer, diz respeito à aquisição de instrumentos de descoberta, construção e reconstrução de conhecimento. Por sua vez, o segundo pilar, aprender a fazer, remete para a coragem de concretizar, de correr riscos, de errar sem medo, mesmo tentando acertar. Salienta a disponibilidade para estar aberto a reelaborar, trocar e valorizar o espírito cooperativo do trabalho em equipa. O pilar aprender a conviver, supõe a capacidade de aprender a lidar com o desafio da convivência, da cooperação, com respeito a todos, em todas as atividades humanas. Por fim, o último dos quatro pilares, o pilar aprender a ser, diz respeito ao desenvolvimento da sensibilidade, sentido ético e estético, responsabilidade pessoal, pensamento autónomo e crítico, imaginação, criatividade, iniciativa e, consequente crescimento integral da pessoa. Essas quatro aprendizagens, interligadas entre si, são os pilares do conhecimento, e como tal, devem ser desenvolvidas pela prática pedagógica em todos os ciclos de enino (Delors, 2012).A Universidade, como uma das instituições formadoras de cidadãos, deve assumir a responsabilidade para que tais aprendizagens estejam disponíveis aos estudantes (Delors, 2000; UNESCO, 2015). Contudo, nem sempre isso acontece. De acordo com Delors (2000), no ensino superior, a aprendizagem tende a apoiar-se, sobretudo nos primeiros dois pilares, aprender a conhecer e aprender a fazer, ficando os outros dois pilares, aprender a con...