Nos últimos anos, o processo de metropolização tem sido articulado à acentuação das desigualdades socioeconômicas e à consequente difusão de práticas securitárias sob a forma de muros, grades, câmeras de segurança, entre outros. Assim, em diversas metrópoles latino-americanas a expansão urbana tem sido acompanhada pela produção de novos produtos residenciais caracterizados pela fortificação residencial e pela criação de espaços privatizados. O presente artigo tem por objetivo evidenciar os impactos das novas formas de fortificação residencial sobre a segregação socioespacial na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Primeiramente, um levantamento bibliográfico permite abordar as principais discussões recentes acerca da disseminação das práticas securitárias no espaço urbano. Em seguida, uma análise quantitativa permite demonstrar que a produção de novos produtos imobiliários fortificados intensifica a segregação socioespacial na escala local. A análise de três categorias de produtos residenciais assinala que a expansão social e espacial do mercado imobiliário engendra dissimilaridades socioeconômicas associadas à presença de empreendimentos residenciais fortificados, definindo territórios mais homogêneos e segregados.