, Fernando de Menezes Braga 3RESUMO -Relatamos um caso de schwanoma do ramo mandibular do nervo trigêmeo, localizado na fossa infratemporal e ptérigo-palatina, com pequena extensão intracraniana e que foi totalmente extirpado por via transmaxilar. A revisão da literatura mostrou tratar-se de tumor raro nesta localização. PALAVRAS-CHAVE: schwanoma, nervo trigêmeo, fossa infratemporal, fossa pterigo-palatina.
Mandibular trigeminal schwannoma: case reportABSTRACT -We report one case of peripheral trigeminal schwannoma originated from the mandibular branch (V3) and located inside the infratemporal and pterygopalatine fossae with slight intracranial extension. The tumor was completelly removed by a transmaxilar approach. The revision of the literature showed to be a very rare tumor in this location.KEY WORDS: Schwannoma, trigeminal nerve, pterygopalatine fossae, infratemporal fossae. . No nervo trigêmeo, podem originar-se em qualquer porção: na raiz, no cavo-de-Meckel ou em ramo perifé-rico. Os schwanomas do trigêmeo são tumores incomuns e benignos, constituindo 0,07 a 0,36% dos tumores intracranianos ou 0,8 a 8% dos schwanomas cranianos [2][3][4][5][6][7][8] . Schwanomas com origem em ramos periféricos do nervo trigêmeo são raramente relatados, sendo esta a razão principal do presente relato de schwanoma do ramo mandibular do nervo trigêmeo (V3).
CASOTrata-se de paciente do sexo feminino, 62 anos, que há seis meses apresentava dor na hemiface esquerda, latejante e contínua, que melhorava parcialmente após o uso de carbamazepina. Apresentava hipoacusia esquerda acentuada desde há cerca de quinze anos. Não apresentava hipoestesia na face nem alteração da musculatura mastigatória. Todo o restante do exame neurológico era normal. Não apresentava manifestações cutâneas ou história familiar sugestiva de neurofibromatose. Na investigação diagnóstica, a ressonância magnética do encéfalo (RM) e a tomografia computadorizada de crânio (TC) mostraram imagens sugestivas de neoplasia de 2,3x2,0x3,0 cm, ocupando as fossas ptérigo-palatina e infratemporal esquerda, com contornos regulares e captação homogênea de contraste. O tumor erodia a base do osso temporal, alargava um forame considerado como o forame oval e avançava 5mm para o interior da fossa média (Figs 1 e 2).A paciente foi submetida a procedimento cirúrgico por acesso médio facial, incisão sublabial mais extensa à esquerda, incisão transeptal e circunvestibular nasal. Seguiuse união das incisões sublabial e nasal para posterior elevação dos tecidos moles do terço médio da face, com exposição da parede anterior e medial do seio maxilar e união da cavidade do nariz com o seio maxilar. Foi realizada remoção da parede posterior do seio maxilar com exposição das fossas ptérigo-palatina e infratemporal e coagulação da artéria maxilar e de seus ramos distais. Identificou-se tumor de consistência sólida ocupando ambas as fossas, sendo retirado em bloco após secção de V3. Houve pequena abertura da dura-máter da fossa média, que foi reparada com músculo e cola de fibrina. A cavidade