Resumo
A parceria entre China e América Latina, enquadrada no contexto do desenvolvimento sustentável, representa um ponto significativo na complexa rede de relações internacionais, especialmente sob a égide da Iniciativa Cinturão e Rota Verde (BRI Verde). Este estudo explora como essa colaboração está reformulando a interação entre a China e América Latina estas regiões, abordando não apenas o crescimento econômico, mas também a sustentabilidade ambiental, em resposta aos desafios impostos pelo modelo de desenvolvimento global predominante, como a degradação ambiental e as disparidades econômicas. Através da análise histórica, percebe-se que o espírito da antiga Rota da Seda, que transcendia os meros aspectos econômicos do comércio, é revivido pelo BRI Verde. Esta iniciativa chinesa é vista como uma abordagem alternativa ao desenvolvimento, que prioriza a cooperação e a sustentabilidade, desafiando os modelos neoliberais promovidos pelas instituições de Bretton Woods após a Segunda Guerra Mundial. A Iniciativa não apenas propõe a construção de infraestrutura, mas também enfatiza a importância das trocas culturais e do entendimento mútuo entre civilizações. O BRI Verde, com seu foco no desenvolvimento sustentável, oferece uma plataforma para que a América Latina aborde suas preocupações ambientais e econômicas, potencializando a transição energética por meio de investimentos em energia renovável e eficiência energética. Este estudo argumenta que a colaboração entre China e América Latina, através do BRI Verde, reflete uma tentativa de desenvolvimento mais equitativo e sustentável, que respeita tanto a soberania quanto as necessidades ambientais e sociais das nações envolvidas. Por fim, a análise destaca a importância de entender as dinâmicas de poder e os contextos históricos que moldam esta parceria, enfatizando a necessidade de uma abordagem crítica e decolonial para avaliar seus impactos na região.